Inesperado.
No último momento, no último sopro de realidade, não processo de mudança.
Eu não estava preparado para a mudança de realidade, para o processo de mudança.
Eu não me dei conta do que acontecia.
Eu me perdi em mim mesmo.
Eu me perdi em nós.
Eu pensara que a cidade dos diamantes me dera um presente nos meus dias finais.
Um presente doce, recheado de carinho e de amor.
Mal sabia que quem dava esse carinho e amor era eu.
Chica da Silva me provando que eu posso amar?
Chica da Silva me provando que eu tenho um lado escuro na história?
''Ninguém pode calar dentro em mim essa chama que não vai passar,
É mais forte que eu e não quero dela me afastar.
Eu não posso explicar como foi e nem quando ela veio,
mas só digo o que penso,
só faço o que gosto,
e aquilo que creio.
E se alguém não quiser entender e falar, pois que fale.
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe.
E se a alguém interessa saber,
sou bem feliz assim.
Muito mais do que quem já falou, ou vai falar de mim.''
Recitava isso e me perdi.
Parei de seguir o mantra de Maysa.
Deixei que me calassem.
Deixei de dizer o que penso, fazer o que gosto e aquilo que creio.
Como deixei que isso acontecesse?
Como deixei o que gostava para entrar no mundo de quem não me correspondia?
Eu não fui suficiente?
O amor que eu sentia não foi suficiente?
Até quando dói a saudade de quem não quer mais ser na sua vida?
