quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quero um Poeta


Eu quero namorar um poeta.
É fato.
Eles entendem,
decodificam,
sabem mais,
sentem mais...

Eles amam diferente
porque se entregam ao sentimento.
Sem amarras,
medos
ou falso moralismo.

Quero um poeta pra mim.
Simbolista, e não romântico.
Nem um pouco parnasiano,
que me surpreenda com seu lirismo
e falta de métrica ou rima.

Quero alguém que
me provoque com suas idéias
e fale sobre Fernando Pessoa com a mesma devoção com que eu falo.

Quero um poeta.
Pra me tornar sua musa inspiradora
ou tormento, quem sabe.
Pra me transfigurar em palavras.
Pra me tocar com poesia.
Bagunçar meu cabelo com seus versos,
Beijar minha boca com todos os seus motivos para escrever.
Me levar além de futilidade sentimental desse mundo.

Não precisaria ler seus poemas
pra saber o que se passa
porque todos estariam desenhados nos seus olhos
de quem observa o mundo desse jeito tão peculiar que a poesia concede.

Não precisaria perguntar 'por quê?'
já que os motivos estariam tão claros...

Quero a dúvida tão diferente,
a devoção tão profunda,
a dedicação absoluta...
Quero um poeta.
Pra modificar a lírica torta dos meus dias
e alterar as razões do meu sorriso.


Se aqui vive a poesia,
admito que falta uma parte para completar a tatuagem
e o sentimento...
Pra me explicar o que é viver a poesia... tão intensamente quanto for possível.



De: Rayanna Ornelas

Comentários: Obra perfeita... no fim de tudo, todos querem um poeta!
BFF Jom Slytherin

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Memórias de um Câncer

Mais do que qualquer outra coisa, o que eu procuro é paz.
Paz de espírito.
Queria que essa dor no meu peito parasse.

Queria mesmo é ter coragem.
Coragem para aceitar as coisas como elas são.
Coragem para ver uma pessoa sofrer e não ajudá-la.

Queria ser insensível.
Não sentir esse amor tão intenso...
Não sentir essa vontade de te bater, de te matar.

Queria apenas te ligar. E dizer que me arrependo.
Que nós erramos.
Queria te ver. Te tocar. Te acariciar.
Sentir o cheiro do seu cabelo.

Mas não posso. Pois cada vez que esses sentimentos me ocorrem,
sinto repulsa, asco. Ódio! Dúvida.
Como você pôde fazer aquilo!?
Como pôde matar o carinho que eu sinto por você?!
Como se tornou uma criatura tão vil e podre?

Te conhecia como a palma da minha mão. Te amava intensamente.
Hoje você é um verme. Vive de matéria podre. Morta.

Você é meu Câncer.
Eu, sua tragédia.

´´I can be you sweetest dream, but also your fearful nightmare.´´

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Continuação do Primeiro Capítulo

Enquanto Téo vivia tranquilamente com seus avós na Vila de Mariana,algo estranho acontecia em uma floresta longínqua.
Acreditava-se que aquela floresta era assombrada por um espírito agourento que há muito vivera ali. Apesar de não ouvir-se nenhum ruído ou indício que confirmasse tal lenda, os colonos não se atreviam a entrar na floresta.
De acordo com a lenda, a floresta fora palco de uma negociação entre dois mundos. Não sabia-se qual era o acordo, mas de uma coisa todos sabiam: O mal se concentrara no centro da floresta e ninguém sabia se ele ia sair um dia. E depois daquele dia passaram a ouvir coisas assustadoras. Gemidos, rosnados e gritos. Todos temiam a Grande Floresta.
Mas um estalido seco tomou a atenção de uma coruja. Ela parou para ver o que era. Provavelmente seria um rato ou um outro bichinho que lhe servisse como jantar. Aproximou-se com cautela e soltou um pio agudo quando viu que o que pensara ser um rato, era de fato algo maior e mais terrível.
Três segundos mais tarde a coruja jazia no chão da floresta. Nada nem ninguém acreditaria que aquilo teria sido algum dia uma coruja. Estava rígida e aparentemente seca. Como se alguma coisa tivesse sugado todo sangue e vitalidade. A grande sombra que a atacou se movia lenta e silenciosamente, com uma direção certa: A vila de Mariana.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cultura de Pão e Circo

Ah que coisa linda!
O circo! Paraíso da alegria multicolorida!
Espetáculo mundialmente aplaudido e ovacionado;
Palhaços, trapezistas, cuspidores de fogo e malabaristas...
Todos trazendo alegria e fascínio
ao respeitável Público!!


Todos gargalhando ao ver o pobre palhaço e suas palhaçadas podres.
Piruetas, macaquices, completa submissão.
Um mascarado que só é compreendido por uma pessoa:
um rapaz de dezessete anos que não vai a nenhum Espetáculo.

Máscara infame que tem o dom de tirar o riso das crianças e camuflar o sofrimento de quem a põe.
Mas o que há além de uma máscara e roupa espalhafatosa?!

Você pode responder?!

O Quarteto Fantástico

Bons momentos eram aqueles!
Quatro jovens com juras de amigos eternos.
Quatro jovens, quatro irmãos, amores fraternos.
Meses e anos o amor durou, fomos felizes.

Felizes até o amor ser convertido em ódio.
Brigas e dogmas. Dois irmãos mortos.
Fran e John acabaram tortos.
Perdidos em seu próprio orgulho tolo.

Mas o Antigo Quarteto perdurou a mais uma crise
Bento e Tatae firmaram uma desavença.
Triste fim de uma amizade forte e verdadeira.

As causas do martírio foram ocultadas de todos os olhos.
Todos têm um ponto de vista, nenhum uma solução cativa.
Ter tudo é não ter nada. Caiu em tua própria desgraça.
Desgraça há muito prevista por mim.

Não é ter orgulho de tal dom, mas nem horror.
Tenho temor por sofrer tanto amor.
Tento não sofrer o repúdio, o asco. Tamanho amor se desmancha em dor e sofrimento
Sofrimento basal da humanidade.
E quando penso nisso me sinto pobre.

Pobre! Pobre escritor medroso.
Prefere desabar seus sentimentos pródigos em um blog!!!
Mãos parkinsonianas que afagam o amor leproso...

Pode passar muito tempo, tempo suficientemente grande para fomentar novas eras.
Seremos sempre o Quarteto Fantástico.
Um quarteto esquecido nas poucas lembranças de um monte de fotos,
e uma página de internet.