terça-feira, 31 de março de 2009

Conversas

Sensação de ter visto um dia um garoto.
Triste, cativo, inconstante.
Analisei o perfil dele.

Era feliz.
Parecia feliz.
Disse-me um dia que felicidade era coisa de tolos.
Porque não existia.

Bati o pé e disse que não.
Felicidade é um campo de rosas.
Lindas, magníficas, cheirosas.
Só é preciso ter muito cuidado, porque se mergulharmos na felicidade
a gostosa sensação se transformará.
Será dor.

´´Mas isso é inconcebível!´´
disse ele, atônito.
´´O mundo é injusto! Deus nada mais é que um mesquinho,
e nós,os impotentes, suas marionetes!´´

Dizem que Deus é misericordioso e implacável.
Mas todos os dias deixa seus filhos morrerem, sozinhos.
Deixa milhares de pessoas morrerem de fome, sede, doenças e pragas.
Nos tira as pessoas que mais amamos com uma rapidez incrível.
Nos faz atravessar os piores problemas.
Nos mata todos os dias.

E continuamos pedindo perdão quando fazemos algo de errado.
Continuamos pedindo ajuda quando estamos necessitados.
Nos perguntamos onde Ele está. E por que não nos responde.
Temos a coragem de dizer que está escondido.
Maravilhado com a desarmonia que causamos.

Esquecemos que Ele pode estar em qualquer lugar.
Esquecemos que as pessoas morrem porque precisam pagar o débito.
Mas que nunca morrem sozinhos.
Enquanto muitos morrem de sede, fome e doenças, outros são depressivos com o muito que têm.
A diferença não é o tipo de sofrimento, mas como você passa por ele.
Assim como os grandes problemas. Sempre há uma solução. Basta encontrá-la.
(E confie em mim, ela sempre está diante dos seus olhos, você é que nunca percebe)

E se continuamos pedindo e agradecendo tudo o que nos acontece, mesmo que subjetivamente, é porque ainda acreditamos!
Como parte do todo, não crer é desacreditar no amor que deveras sente por si próprio.
Porque teu cerne é divino. E no fim, todos iremos nos juntar para formá-Lo.

domingo, 22 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

Morte


Grande JS.

Não sei se agradeço,
ou de dor pereço.
A intuição.
o sentimento nostálgico.

Hoje, o Válter se foi
e com ele, todas as memórias,
os momentos, o nome.

Patrício.

JS, é um aviso?!
o tempo denuncia a perda não é!?
foi assim contigo, foi assim com Válter.
isso me deixa angustiado, temeroso.

Guia-o, JS
Leva o irmão para um lugar calmo e ermo.
Porque muitas coisas podem se perder,
exceto o amor fraterno.

sábado, 14 de março de 2009

Como uma Canção


Sintonia
Sinfonia.

Timbres, melodia, canção.
Todos especialmente prometidos.
Eu preciso saber viver sem ti.
Metáforas, análogas, chagas sangrentas.

Eu prometo agora,
que até o fim dos tempos
Nada serei sem saber a razão.
A razão da melancolia.
da dor, paixão.

A melodia perdida,
os laços consagrados.
Fiquei sem saída.
Perdi algo que não me pertencia.

Mas, Calem-se! Podres almas!
Pobres, mesquinhas! Não tem amor no corpo!

Julgam-me por amar,
mas quem nunca amou?
Corram! Há rebelião lá fora!
Jovens, idosos e crianças morrem!

Seus gritos perfuram meus tímpanos.
De todo o caos, sempre resta a paz.
De toda guerra, sempre resta o amor.
De todo ódio, sempre resta o rancor.
De toda destruição, sempre resta a libélula.

É importante saber
e nunca perder as esperanças.
Porque a noite mais sombria,
será sempre linda se a tua estrela
Não esquecer como é brilhar.

A vida é como o voo da libélula,
como a nota mais delicada, da mais bela melodia.
É luz, cor, fantasia.
É sinestesia!

terça-feira, 10 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Submissão


Devia ter sido tão submisso!?
Aceitar tudo o que me fazem, e abaixar a cabeça?!

O incrível é imaginar que ninguém vê meu lado da história.
Pode ter proporcionado tudo!
Não nego. Mas não é este o assunto.

Quero dizer que os tapas,
safanões, murros e xingamentos não foram esquecidos.
Assim como as piadas, risos e o carinho...

Tudo o que sinto é desejo.
Desejo de ser livre.
Desejo de estar só.
Desejo de dormir e acordar quando quiser.
Desejo fazer coisas em lugares onde ninguém poderá me reprimir!
Gritar com raiva sem medo de censura!

O que cresce é o sentimento de revolta.
Não sei quem sou,
onde estou,
quando sou.

O que sei é que detesto parasitas.

Parasitas que se fixam nessa casa!
Parasitas que se intrometem.
Que não se importam com a ética.

Mas tenho que me calar... ou serei expulso, largado.

Lar?!
NÃO.

Prisão.

Dê-me a chave da fechadura!

terça-feira, 3 de março de 2009

Carga


Desabei.
Como fazem todos aqueles que carregam uma carga muito pesada por muito tempo.
Carreguei nos meus ombros e nas minhas costas, humilhação. Descaso.
Mas carreguei amor, glória e fé.
Ambos vindos da mesma fonte.

Desabei.
Sob o peso de todas essas ações maleficamente sensíveis.
De todas as chantagens. Os tapas, os murros.
Me livrei de todo o peso.
Passei a carregar outro.

A Piedade.
Pena do que o tempo pode fazer com as pessoas.
Dó pelo que tu eras, e pelo o que virou.
Desabei.

O pior é ver que tudo o que aconteceu passou em vão.
É ver que todos estarão contra mim quando se for...
e verá que apesar de tudo, de todos fui bom.

Mas por sua causa desabei sob o peso de coisas tão profundos quanto o mar.
Desabei em meio ao abismo da loucura.
Mas não perdi as forças. Subirei.
Escalarei as paredes do ódio e do rancor para voltar.

E quando voltar, saiba que não serei o antigo ruminante.
Serei forte e denso.
Não desabarei. Firmei meu alicerce no abismo mais profundo
A mente será forte se exilar as emoções do coração.