Hoje é um dia importante.
Olhei pro Sol procurando seu cerne.
Achei parte do meu.
Mas percebi que os anos que gastei olhando
pro sol,
minhas retinas quase foram queimadas.
Passei todo o tempo me tornando mais um cego diante de tudo.
Diante de todos.
Diante do espelho.
Hoje, depois de baixar os olhos, me vi diferente.
Olho no espelho e vejo um menino acuado.
Encolhido no canto da parede de pintura gasta.
A parede da memória.
No cômodo da incerteza, cercado de Dúvidas.
E elas - as Dúvidas - são terríveis.
Piores do que o animal mais feroz, da criatura mais vil e sombria.
Porque quanto mais o jovem se sente atordoado e confuso, mais elas crescem!
E hoje, deixei que elas crescessem demais.
E isso só atrai outro monstro: a Verdade.
O monstro que os homens temem, que ninguém enfrenta e que a todos preda.
Não quero ser comido pelas Dúvidas, tampouco pela Verdade.
Vou apagar a Luz e segurar na mão da Sorte.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
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2 comentários:
'mas a dúvida é o preço da certeza'
isso é fato.
tb n gosto das dúvidas, nem da opressão sentimental que elas representam. Dói.
Mas deve ser parte do esquema todo de 'evoluir'
Te amo.
=*
Você se torna cada vez melhor. Sua poesia está cada vez mais madura. muito bom, meu bem. Cráudia.
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